O Pequeno Príncipe

O texto a seguir tem uma história.
Na verdade são várias histórias, uma dentro da outra.


Quando eu era pequena, aprendi com outra criança uma linda canção, que deve ter o nome de CATIVAR. Fala de amizade.
Uma palavra perdida já quase esquecida irei relembrar.
Juntando sete letrinhas e todas juntinhas
Irei CATIVAR
Cativar É amar
E também carregar
Um pouquinho da dor que alguém tem pra levar
Cativou, esse alguém, braço forte criou
Responsável é você pelo que cativou

Fui crescendo e de alguma forma tomei conhecimento da obra de Exupéry, O pequeno príncipe. Pude então relacioná-lo com uma série que assistia na TV ainda criança, um desenho que eu amava. O principezinho morava num planeta bem pequenino, pela manhã ele usava um vulcão, também pequenino, para esquentar seu café da manhã. Compartilhava sua rotina com uma rosa, e esta era protegida por uma redoma de vidro.
Tive curiosidade de ler esta obra, mas o tempo foi passando...
Li outros livros, chorei, sorri, me casei, tive uma filha e entrei para a faculdade.
No curso de Pedagogia conheci uma pessoa muito especial.
No início de nossa relação, tivemos um desentendimento, uma discussão que fez exteriorizar várias das minhas deficiências.
Esta pessoa, depois de amenizada a situação, me disse: você devia ler o pequeno príncipe. Assim iria entender que você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas.





Eu não entendi bulufas!


Recentemente fui até uma papelaria comprar qualquer coisa, quando uma capa de brochura me encheu os olhos:
Era ele.

Esta é a capa, acrescida da frase: “Foi o tempo que dedicaste a tua rosa que fez tua rosa tão importante”


O pequeno príncipe e sua mensagem me chamando outra vez.
Adquiri o caderno e chegando em casa, escrevi nele o texto, destaque deste Post.
Menos de um mês depois, baixei o livro na Internet e o li em 2 horas, no dia 27/11/10.
O que eu poderia dizer do livro? Que é maravilhoso, ou que é muito filosófico, que é chato e pouco dinâmico, que tem passagens desnecessárias ou que todos os detalhes contribuem para o efeito do resultado final. Poderia dizer que é coisa de maluco ou coisa de intelectual. Que não tem nada a ver com nada ou que me tocou profundamente, como sendo uma mensagem feita pra mim.


Fiz todos estes julgamentos sobre o livro.

A diferença é que agora sei que o príncipe sabe que eu sei que ele sabe que ele é real.


O Pequeno Príncipe.


Ele tem me procurado...
São lembranças da infância, momentos da minha vida onde alguém abriu o coração para mim, figuras, imagens do principezinho que encontro em vários lugares... e esta capa de caderno!?
Estou encantada por ele.
Acho que o pequeno príncipe está tentando me dizer parta reacender o sonho.
Esta tentando me fazer olhar para aquelas paisagens lindas que nada mais são que o meu habitat natural, o lugar onde eu mais gosto de estar.
Se trata de um estado de consciência onde tenho a sensação de prazer e segurança.
Onde sinto a energia dos raios de sol, que me enchem de prazer e alegria.
Onde posso ver árvores diferentes e sentir a paz que elas transmitem.
Se eu tivesse sorte, nesta paisagem teria um girassol... um único, grande, alto, voltado para a direção do sol.
O girassol sou EU.
O príncipe parece dizer:
Este é o teu lugar.
Você é grande, única e bela.

E eu, que vos escrevo, a esperançosa Marcelli do lado de fora do caderno, anseia desesperadamente estar neste lugar.
Desejo o sonho, a esperança, a paz interna; a esperança de sempre ter esperança, de nunca deixá-la esmorecer.

Outubro/2010