O Amor é Cultural.



Que fique bem entendido que O AMOR em sí não é discutido neste post.
O AMOR continua lá, no alto do pódium, intacto na posição de maior sentimento que existe.

Estou falando sobre AMAR.
Sobre dizer "Eu te amo". Ah, que lindas palavras. É tão lindo nas novelas da globo, depois de uma amasso daqueles!
Quero dizer que o amor entre nós, mortais, pais e filhos, amigos, casais, é um amor que se constrói.
Quando a gente se pega pensando em alguém e deduz: eu amo esta pessoa; certamente existe um histórico de aproximação. Existe uma alavanca impulsionadora para se chegar a amar alguém.

Exceto naqueles casos filhos da puta de amor platônico em que você ama o cara, AMA de PAIXÃO com se diz, e é exatamente isso. PAIXÃO! (Os cientistas descobriram que tem prazo de validade de 3 anos, e é impulsionada basicamente pelos nossos hormônios com a finalidade de reproduzir a espécie)a paixão é o nosso instinto de sobrevivência refletido no nosso cérebro e nas partes baixas, perto da virilha.
E se a paixão é platônica, tipo, o outro não sabe sobre o seu interesse ou até sabe, mas não rola por diversos motivos, a chance da obsessão perdurar por mais de três anos é quase que a maioria dos casos.

Segundo meu modo de pensar, AMOR é construído no dia a dia, com a convivência, através superação dos aspectos negativos, repelidores da relação.
Por exemplo, em nossa sociedade é comum a proximidade com o irmão, é comum amá-lo. Mas será que este amor é igual àqueles casos onde o irmão é distante, tipo “por parte de pai”, e que mora em outro Estado?
Pode-se querer bem à ele, e até tc no MSN ou deixar scraps no Orkut, mas cadê o AMOR?
É até mais provável amar aquele pilantra, interesseiro do caramba, vida loka do seu irmão.
Se você cresceu com ele é isso que vai acontecer. O amor foi construído nestes anos de convivência.

Quando se tem um filho na barriga, em minha opinião, o que ocorre é o “amor cultural”. Amor OBRIGATÓRIO construído segundo o que a nossa sociedade considera plausível e coerente.

É verdade, nas tribos indígenas o filho que nasce com alguma deficiência física já e morto alí na hora mesmo, e sem culpa nenhuma: é a cultura deles!

O “amor” ao filho da barriga vai depender de alguns fatores, não necessariamente todos estes, mas certamente terá alguma influência nesta ligação como por exemplo se ele foi planejado ou não, se ele é querido pela família ou não, se ele é aceito pelo pai da criança ou não.

Se estiver tudo OK o nível de amor cultural vai lá em cima.
Se não, não adianta recriminar a coitada da garota, mulher, mãe! A relação dela para com o feto estará abalada mesmo.

Assim, AMAR alguém depende de uma relação.
AMAR é uma realização que só ocorre pela persistência, de forma consciente.